Sabe amiga, tem dia que a falta é tanto
Sem acalanto
Um vazio se instala
Estala
Grita em silêncio
Ecoa na aragem
Desta paragem
De ventos parados
Da ausência barulhenta
De tempos idos
Tão longe Tão pertos
Que nem a memória alcança
De tão pertos os idos
De tão pertos os já tão longes
Os vividos e tão hoje sentidos
A finitude não se anuncia
Por metáforas. Mas por perdas
Sem nos darmos conta que cada minuto de vida e vida que se esvai
A perda da amada dói mais
Que o presságio que nós estamos indo bem
Filha de Iemanjá
Helô volta para a espuma do mar
Sua sedução e estímulo
Ficam? Será?
Helô e a Universidade das Quebradas
E a esperança nas jovens da comunidade
Que querem tanto dominar o verbo
E nosso arauto feminista
por um mundo libertário
Imortal bagunçou a Academia
Estou órfã da alegria
Helô não afirmava
Perguntava
“Maricota, o que você acha?”
Se entusiasmava
Com o funk das meninas
Com as jovens
Eterna aprendiz
E agora que será de mim
De nós sem Helô?
Mary Maricota Garcia para a amada Helo Teixeirinha

